Aqueles que realizam um planejamento financeiro de suas contas pessoais sabem que é muito importante saber investir e para isso, é necessário separar o que é um gasto de um investimento.
E mesmo para quem não realiza esse acompanhamento, é importante que, pelo menos mentalmente, você saiba diferenciar um do outro, no momento de decidir-se por um compra de produto ou aquisição de serviço, a fim de manter o equilíbrio orçamentário e continuar avançando em busca de seus objetivos, mesmo que a passos mais lentos.
Lembrando aquela velha máxima que “mais importante do que a velocidade é a direção”, você não precisa ficar estagnado esperando por dias melhores. Com uma administração mais consciente do seu dinheiro é possível manter-se em movimento.
Aqui vão alguns aspectos para te ajudar nessa reflexão:
1.Todo o investimento implica em um gasto, mas nem todo gasto é investimento.
Em linhas gerais, investimento é aplicação de recursos, tempo, esforço etc. a fim de se obter algo. E como a definição já dá uma pista, não estamos falando somente de dinheiro – aspecto que irei abordar mais para frente.
Um investimento está necessariamente ligado ao retorno que ele trará.
Adquirir um imóvel é um investimento. E não simplesmente um gasto. Já que esse imóvel, caso seja alugado, pode gerar um renda adicional, conta como patrimônio e se for destinado a moradia, elimina as despesas com aluguel.
Representa um gasto considerável no orçamento, mas o retorno será proporcional.
2.Estabeleça um objetivo para aquela compra.
Uma compra sem objetivo é simplesmente jogar dinheiro fora.
Ao passar em frente uma loja em promoção não compre apenas porque o valor está com desconto. Você realmente precisa desse item? Pergunte-se qual a função/objetivo disso?
Se precisar realizar uma compra, tem que ser o modelo mais caro? Ou nesse caso pode ser um intermediário? Pense que optar por algo mais barato é temporário e não uma decisão para toda a vida.
3.Calcule o retorno.
Muito cuidado nesse item!
Sua mente vai tentar lhe pregar uma peça e dizer que “comprar aquele sapato novo me faria muito feliz.” Ou “estou tão triste, gastar no meu cartão de crédito me deixaria feliz/aliviado/me sentindo poderoso” ou ainda “preciso de uma roupa nova para impressionar na entrevista”.
Seja racional, pois “o dinheiro e o tolo logo se separam”.
Sabe o que significa? Que você precisa avaliar melhor o retorno. E esse retorno pode ser tanto positivo como negativo.
Quanto tempo dura essa felicidade x o arrependimento por ter adquirido um objeto/serviço essencialmente inútil?
Ou pior, compare a alegria da compra x o sofrimento de olhar sua conta no negativo e com dificuldades para fazer o que realmente é importante para você?
Será que você realmente precisa de uma roupa nova para ir em uma entrevista de emprego?
4.O retorno não é representado apenas por dinheiro.
Assim como o custo pode ser mensurado em tempo ou dor (perda).
Esse item também exige uma reflexão mais profunda.
Se você calculou o retorno apenas baseado em quanto dinheiro pode ganhar com aquele investimento, você corre o risco de deixar aspectos importantes de fora.
Uma pessoa que opta por cortar a academia, precisa ponderar o que mais ela perde além de economizar dinheiro. Será que isso afetará sua produtividade (dormirá mal), sua autoestima (perdendo a forma física conquistada) e saúde (começar a gastar com remédio para gastrite e estresse)?
Note que nesse exemplo, existem outros custos invisíveis que podem aparecer no lugar da mensalidade cancelada da academia.
Nesse sentido, fazer academia é um investimento e não somente um gasto e, cortá-lo, poderá gerar outros problemas, conforme mencionei acima.
Consideramos um gasto, nesse exemplo, se a pessoa não frequentasse a academia ou não estivesse obtendo resultado algum em seus treinos.
5.Pondere o tempo do retorno: curto, médio ou longo prazo?
Investir em um curso de inglês ou outro processo de desenvolvimento pessoal, à primeira vista, pode não te dar um retorno a curto prazo, mas se você avaliar melhor, verá que capacitar-se pode lhe render um emprego melhor, uma promoção ou manter-se no seu cargo em um período de demissões.
Feita essa análise, o segundo passo é verificar o que pode ser cortado para que você possa investir no que é realmente importante e no que pode te levar além.
Lembre-se que é uma decisão temporária, visando um retorno a longo prazo.
Somos regidos por duas grandes forças, buscar satisfação e evitar a dor.
Acredito que a principal reflexão que pode te ajudar muito nesse processo é olhar a decisão da compra sempre sob 04 aspectos:
O que eu ganho (satisfação) x perco (dor) ao adquirir?
O que eu ganho (satisfação) x perco (dor) ao não adquirir?
Como você terá que viver com as suas escolhas, pondere com quais você consegue lidar melhor.
Tenho certeza de que o caminho para a felicidade é composto de clareza. Clareza na tomada de decisões e clareza na administração das consequências.
#sejamais
 
								 
                     
                            
                            
                                
                                 
                            
                            
                                
                                